O PERFIL DOS ESTUDANTES DO PROEJA ALTERNÂNCIA EM UMA INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL



Nelian Costa Nascimento. IF Baiano Campus Santa Inês. E-mail: nelian.costa@ifbaiano.edu.br
Nívia Barreto dos Anjos. IF Baiano Campus Santa Inês. E-mail: nivia.barreto@ifbaiano.edu.br.


  1. 1. INTRODUÇÃO 

 

         O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Campus Santa Inês, desde o ano de 2007 vem ofertando vagas para jovens e adultos, por meio do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade EJA (PROEJA), visando possibilitar a esses sujeitos o acesso a uma educação pública, gratuita e de qualidade cuja formação seja para além de uma formação técnica, conforme preconizado pela legislação que o regulamenta. 

       A oferta de vagas para o Proeja, no Campus Santa Inês, não se deu de forma continuada, em virtude da evasão evidenciada nas duas primeiras turmas, a de 2007 e a de 2010. Em 2013, como solução para o problema, a instituição passa a ofertar cursos com organização de tempos e espaços, de modo a atender um novo perfil de ingressantes, os sujeitos do campo e assim, adotou como proposta pedagógica para esta turma, a Pedagogia da Alternância. Diante dos resultados positivos evidenciados, o Campus mantém a mesma proposta pedagógica para a turma atual, cujas atividades foram iniciadas em abril de 2019.  

          A proposta do Curso na Pedagogia da Alternância objetiva possibilitar aos sujeitos do campo, uma qualificação que os possibilitem inserção no mundo do trabalho e inclusão na sociedade de forma justa e igualitária, sem desvinculá-los do seu contexto, da sua cultura, de seus valores e concepções de ver e relacionar-se com o campo. Pretende-se para os estudantes uma metodologia ativa, de forma a aplicarem nas suas comunidades os conhecimentos adquiridos na instituição. Assim, a aprendizagem se dá de forma alternada, sendo que os conhecimentos aprendidos e compartilhados na escola devem ser aplicados nas comunidades. 

      A turma 2019, objeto desse relato de experiência, que corresponde à quarta turma do Proeja, conta com dez estudantes oriundos dos municípios/comunidades localizadas no Vale do Jiquiriçá, como Santa Inês (Assentamento Natur de Assis e Itatiaia/Imbé), Jiquiriçá (Riacho de Areia), Laje (Riachão), localizados no Vale do Jiquiriçá e também estudantes do município de Santo Antônio de Jesus (Sapucaia, Sobradinho e Canta Galo). De acordo com a coordenadora do curso, os estudantes apresentam como expectativas ampliar os seus saberes e adquirir novos conhecimentos de modo a fortalecerem as suas comunidades.  

       O presente trabalho, assim, tem por finalidade identificar o perfil da turma 2019, do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio, na Modalidade Proeja Alternância, através da análise das condições socioeconômicas desses estudantes. Para tanto, foi utilizado o relatório social feito pela assistente social do Campus, após entrevista realizada, com base nos dados do questionário socioeconômico, respondido pela turma, para a inscrição no Programa de Assistência e Inclusão Social do Estudante-PAISE, como forma de acessarem o auxílio estudantil. Em seguida foi traçado o perfil socioeconômico da turma, o qual será apresentado neste trabalho. 

 

  1. 2. DESENVOLVIMENTO 

 

A educação no Brasil nunca foi um direito garantido a todos os cidadãos, mas um privilégio das classes detentoras do poder, contrariando os dispositivos legais. Com isto, as classes socialmente vulneráveis e exploradas sempre foram impedidas de acessar a educação. Situação característica de um país como o Brasil, um país subdesenvolvido e periférico, historicamente atravessado pela desigualdade de classe, desigualdade racial e desigualdade regional. 

       Nesse sentido, jovens e adultos brasileiros, historicamente marginalizados e explorados socialmente, cuja situação de vulnerabilidade os instou a trabalhar, quando deveriam estudar ou deixaram de estudar para trabalhar, como também jovens e adultos sem formação e qualificação profissional, são os sujeitos que constituem o perfil da educação de jovens e adultos no Brasil. 

Como forma de atender à demanda dessa parcela da população, pela oferta de educação profissional técnica de nível médio, da qual em geral são excluídos, bem como, em muitas situações, do próprio ensino médio, uma decisão governamental cria o Proeja, denominado como Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade Educação de Jovens e Adultos, criado inicialmente pelo Decreto nº 5.478/2005 e revogado pelo Decreto nº 5.840/2006 que amplia a possibilidade de oferta do PROEJA para as redes municipais, estaduais e privadas (Documento Base, 2007).      

        Assim, em atendimento ao dispositivo legal, o Instituo Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Campus Santa Inês, passa a ofertar a partir de 2007, turmas do Proeja, através de cursos técnicos integrados ao Ensino Médio, mas a evasão nas duas primeiras turmas, impossibilitou a oferta das turmas de forma regular e em 2019  Campus ainda está na sua quarta turma, nessa modalidade. Trata-se do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio, na modalidade Alternância, objeto deste relato de experiência que iniciou suas atividades em abril de 2019 e possui 10 estudantes matriculados e com frequência regular. Destes estudantes, 9 foram contemplados pelo Auxílio Proeja, da Política de Assistência Estudantil, que visa contribuir para a permanência e o êxito dos estudantes, durante seu percurso formativo.  

        Para este relato de experiência, o procedimento metodológico adotado retrata um estudo de caso do IF Baiano Campus Santa Inês no acompanhamento do perfil socioeconômico dos estudantes dessa turma, a partir dos resultados gerados pela aplicação do questionário socioeconômico e entrevista social, realizada pela assistente social do Campus, em função da seleção para o Auxílio Proeja.  De acordo com Gil (2007) o estudo de caso vem sendo utilizado de forma cada vez mais acentuada pelos pesquisadores sociais e caracteriza-se pela análise de um ou de poucos objetos de forma a tentar possibilitar o seu conhecimento amplo e detalhado. 

       Sendo assim, este relato de experiência objetiva apresentar o perfil dos estudantes da turma do Curso Técnico em Agropecuária Proeja Alternância 2019, do Campus Santa Inês. Para tanto, serão expostos oito gráficos com os devidos comentários. Lembrando que de acordo com Barcelos (2012) a escola deve ser compreendida “como um dos territórios da experiência humana sensível. Um lugar de palavras, de gestos, de silêncios e de atitudes. Um território de experiências vivas e vividas.” (p. 94). E é dentro desta perspectiva que estes gráficos serão analisados, pois retratam o perfil de sujeitos históricos que retomam seus estudos porque acreditam que “a educação para ser educação precisa estar envolvida com o desejo de instituição de pessoas [...] que estejam buscando a realização de seus desejos e mesmo de seus sonhos”. (p. 26) 

Gráfico 1- Estudantes do Proeja por Município de Origem 

 

Fonte: Formulário de Entrevista do Auxílio Proeja 2020. 

 

A maioria dos estudantes que compõe a turma do Curso Técnico em Agropecuária, na modalidade Proeja, conforme gráfico 1, pertence à zona rural dos municípios de Santo Antônio de Jesus, Santa Inês e Laje e Ubaíra. Característica muito comum aos cursos na modalidade Alternância, onde os estudantes, no seu itinerário formativo, devem aplicar numa propriedade rural (Tempo Comunidade), os conhecimentos teóricos aprendidos e reelaborados na escola (Tempo Escola). 

Gráfico 2- Estudantes do Proeja por zona de origem. 

 

Fonte: Formulário de Entrevista do Auxílio Proeja 2020. 

 

    Verifica-se que 78% dos estudantes são oriundos da zona rural o que sugere que o Campus Santa Inês tem alcançado o perfil de estudantes sugerido pelo programa, em especial nas turmas cuja proposta pedagógica adotada foi alternância. Convém ressaltar que os que residem na zona urbana desenvolvem trabalhos na zona rural.  

Gráfico 3- Estudantes do Proeja por origem escolar. 

 

Fonte: Formulário de Entrevista do Auxílio Proeja 2020. 

 

      Todos os estudantes do Proeja frequentaram o Ensino Fundamental na rede pública de ensino (lembrando que 78% são oriundos da educação no campo). Um dado de grande relevância, por representar os efeitos positivos da política de cotas, ação afirmativa implementada a partir do ano de 2012, com a criação da Lei Federal nº 12.711/2012 para equalizar as desigualdades sociais, econômicas e educacionais existentes no Brasil. 

Gráfico 4- Estudantes do Proeja por Renda Per capita. 

 

Fonte: Formulário de Entrevista do Auxílio Proeja 2020. 

 

        A análise desse gráfico sugere, de acordo com HADDAD (2002), que o público que compõe a Educação de Jovens e Adultos, muitas vezes é formado por indivíduos com dificuldades socioeconômicas, culturais, materiais, afetivas e pela falta de participação nos processos sociais. O que pode ser constatado pelo perfil dos estudantes do curso, objeto deste relato de experiência: sujeitos do campo, egressos da rede pública de ensino e vulneráveis social e economicamente. Desta forma, essa modalidade de ensino assume um perfil de política pública educacional, com potencial de educação inclusiva e compensatória, que busca amenizar as marcas históricas e sociais que os estudantes trazem consigo, cumprindo assim com as suas funções reparadora, equalizadora e qualificadora, conforme Parecer CNE nº112000. 

Gráfico 5- Estudantes do Proeja por Participação em Programas Sociais 

 

Fonte: Formulário de Entrevista do Auxílio Proeja 2020. 

        

      Outra situação característica da vulnerabilidade dos estudantes desta turma, conforme apresenta o gráfico 5, é o fato de que mais da metade da turma, 56%, é assistida por programas sociais do governo federal, sugerindo assim, a condição de vulnerabilidade socioeconômica, muito comum nos sujeitos oriundos do campo e que buscam a educação de jovens e adultos. 

Gráfico 6- Estudantes do Proeja por Histórico de Doenças no Núcleo Familiar 

 

Fonte: Formulário de Entrevista do Auxílio Proeja 2020. 

 

        O histórico de doenças no núcleo familiar de 33% na turma do Proeja denuncia as condições  sociais e de saúde evidenciadas pelas famílias destes estudantes, o que sugere um agravamento ainda maior da situação de vulnerabilidade social vivenciada por estes sujeitos que retomam seus estudos (seus sonhos) mesmo sabendo que no tempo escola ficarão distantes de seus familiares adoecidos. 

Gráfico 7-Estudantes do Proeja que apresentam doenças. 

 

Fonte: Formulário de Entrevista do Auxílio Proeja 2020. 

       

    Quase um terço dos estudantes da turma (22%) apresenta algum tipo de doença. Ressalta-se, no entanto que esta condição não representa um impedimento para a permanência destes sujeitos no curso, embora possa implicar na sua frequência regular e consequentemente na aprendizagem. Esta situação sugere, a fragilização das vidas desses sujeitos, com pouco ou quase nenhum acesso à saúde de qualidade, sinônimo da condição de vulnerabilidade social e econômica a que estão submetidos. 

Gráfico  8- Estudantes do Proeja por nível de fragilização dos vínculos 

 

Fonte: Formulário de Entrevista do Auxílio Proeja 2020. 

      Verifica-se que 55% dos estudantes do Proeja possui fragilização de vínculos afetivos, além das dificuldades socioeconômicas, culturais, materiais, afetivas e falta de participação nos processos sociais, conforme sugere a análise dos gráficos 4, 5, 6 e 7 especialmente. Esta situação exige uma atenção a estes sujeitos, para além da necessidade acadêmica e de formação profissional, mas uma atenção que resulte no resgate da sua cidadania, e superação dos obstáculos que os impedem de ter uma vida plena e é nesse sentido que o programa tem característica de política pública. 

           Neste sentido, Gadotti (2011) ressalta que um programa de educação de adultos “não pode ser avaliado apenas pelo seu rigor metodológico, mas pelo impacto gerado na qualidade de vida da população atingida (p. 39)”. Uma população cujas vidas apresentam marcas das desigualdades históricas e sociais que precisam ser eliminadas. E é nesta perspectiva que o Proeja Alternância do IF Baiano Campus Santa Inês pretende atuar.   

 

  1. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

        Perante os dados apresentados nesse relato de experiência que buscou identificar o perfil dos estudantes do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio na Modalidade Proeja, foi possível perceber que os estudantes que compõem a turma 2019 apresentam em geral um histórico de exclusão, por fazerem parte da população desfavorecida econômica, social e culturalmente, marcas características das desigualdades históricas e sociais de um país subdesenvolvido e dependente economicamente, onde a educação nunca foi vista como um direito.
        Diante do exposto ressalta-se o compromisso do IF Baiano Campus Santa Inês com esses sujeitos, ofertando um curso para trabalhadores rurais, oriundos da escola pública, que vivenciam uma vulnerabilidade social muito elevada, por acreditar que a escola deve ser um território de experiências vivas e vividas na qual jovens e adultos com o perfil apresentado pela turma objeto deste relato de experiência, possa buscar a realização dos seus desejos e dos seus sonhos, os quais foram tantas vezes postergados em virtude da desigualdade social, fruto de uma sociedade capitalista injusta.  



  1. 4. REFERÊNCIAS 

 

BARCELOS, Valdo. Educação de Jovens e Adultos: Currículo e práticas pedagógicas. 3ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. 

BRASIL. MINISTERIO DA EDUCAÇÃO. Documento Base do PROEJA. Brasília: MEC, 2007. 

GADOTTI, Moacir. Educação de Jovens e Adultos: correntes e tendências. In: GADOTTI, Moacir e ROMÃO, José E. (Orgs.). Educação de Jovens e Adultos: Teoria, prática e proposta. 12ª ed. São Paulo: Cortez, 2011. (p. 25 a 34).  

GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed.  São Paulo: Editora Atlas, 2007. 

HADDAD, S. Educação de Jovens e Adultos no Brasil (1986-1998). Brasília: MEC/Inep/Comped, 2002.  

Comentários

  1. Prezados autores, parabéns pelo trabalho. O PROEJA é uma temática necessária e obrigatória para os Institutos Federais, pois além de ser uma de suas obrigações legais, trata-se da concretização de tudo aquilo que a Rede Federal se propõe enquanto política pública para a transformação social. Sabemos que o PROEJA é um grande desafio na maioria dos IFs, então meu questionamento vai neste sentido. Por que, na opinião de vocês, o PROEJA, de um modo geral, sofre tanta resistência interna nos IFs, por que temos tanta dificuldade em colocá-lo em prática? O que a pesquisa de vocês constatou em relação a isso?

    Davi Henrique Rosskopf

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  2. Prezado Davi, agradecemos por ter gostado e pela reflexão que o nosso trabalho possibilitou a você. Corroboramos com a análise feita acerca da importância do PROEJA para os Institutos Federais, por ensejar a transformação social e confirmamos que o referido programa, embora necessário, enquanto política pública, continua sendo, de fato, um desafio para a nossa instituição. A pesquisa em tela não nos possibilitou de forma direta, uma constatação que nos ajude a responder ao seu questionamento, quanto à resistência e a operacionalização do programa nos nossos institutos, no entanto nos utilizaremos das experiências somadas desde a a oferta da primeira turma PROEJA, em 2007 aqui no Campus Santa Inês.
    Ofertar um programa para atender a um ordenamento legal, foi o nosso primeiro desafio e a primeira resistência, por nos sentirmos pouco preparados para atender sujeitos "tão diversos", com percursos descontínuos e cujas necessidades de aprendizagem, no que diz respeito às condições acadêmicas, desconhecíamos. Outra questão foi o fato de que a entrada de estudantes com esse perfil exigiria uma mudança na prática docente sem a devida formação e experiência, na prática, com o público jovem e adulto, fato constatado entre os docentes, à época. Assim, o fracasso com a primeira turma, justificado pela reprovação e evasão, conforme descrevemos no nosso relato, aumentou a resistência na oferta da segunda turma, o que se deu somente em 2010. Somando mais uma vez um resultado pífio, uma vez que identificamos dificuldades em garantir a todos os estudantes permanência e êxito, retomamos as discussões e repensamos o projeto pedagógico do curso para atender a uma demanda específica que se apresentava ao nosso Campus em 2013: sujeitos do campo com necessidades de formação profissional para inserção no campo. Isto feito, cuidamos da organização e preparação do quadro docente que trabalharia com a turma, para atendimento à proposta pedagógica do curso, pois passamos a adotar a Pedagogia da Alternância com essa turma por possibilitar aos sujeitos do campo a análise dos diversos aspectos da sua realidade e promover uma relação mais autêntica entre a vida e a escola. O resultado foi considerado um sucesso por todos os atores do processo, uma vez que pudemos identificar aprovação de cem por cento da turma, sem nenhuma evasão e uma turma coesa e preparada profissionalmente para atuar no campo e na vida. Um trabalho desenvolvido de forma mais integrada com a equipe docente e discente, como também com a equipe pedagógica que contribuiu de forma assertiva na condução dos trabalhos para a elaboração do projeto pedagógico do curso e preparação docente, bem como acompanhamento pedagógico somaram de forma positiva para os resultados com essa turma. Ademais, os docentes sentiram-se mais envolvidos e preparados para desenvolver o seu trabalho. Com isso, Davi ressaltamos que a resistência existe porque o novo incomoda, mas a solução está nos diálogos constantes sobre a práxis pedagógica ao passo que se caminha, na preparação do corpo docente para o atendimento a estudantes jovens e adultos e na adequação curricular, entre outros. E é claro estar aberto ao novo. E assim, gostaríamos de concluir dizendo que se estamos comprometidos com uma educação libertadora, conseguiremos desenvolver um trabalho assertivo na educação e em especial quando se trata da educação de jovens e adultos, afinal “A educação que se impõe aos que verdadeiramente se comprometem com a libertação não pode fundar-se numa compreensão dos homens como seres 'vazios' a quem o mundo ‘encha’ de conteúdos” (FREIRE, 2005, p.38). E assim, quem sabe poderemos romper essa dificuldade e resistência em trabalhar com o PROEJA.
    Esperamos ter respondido. Caso contrário, continuamos à sua disposição.
    Um grande abraço.


    NELIAN COSTA NASCIMENTO E NÍVIA BARRETO DOS ANJOS

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  3. Olá, a coleta de dados que traça o perfil pode servir de subsídio durante o acompanhamento de egressos, as transformações ocorridas e detectadas certamente irão reforçar a importância do PROEJA enquanto programa e política pública. Carmen Brunel e Antônio Amorim possuem publicações acerca do perfil estudantil do PROEJA, principalmente no tocante à idade visto que que os estudantes se apresentam cada vez mais jovens nesta modalidade.

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  4. Boa noite Vinícius, agradecemos pelo seu comentário. De fato, é importante procedermos à avaliação do programa, visto tratar-se de uma política pública de cunho reparador, que visa a formação profissional e o resgate da cidadania de jovens e adultos. E o acompanhamento dos egressos nos dará uma resposta sobre o trabalho desenvolvido, como também sobre os resultados obtidos, considerando os princípios e objetivos do programa. O nosso muito obrigado novamente. Quanto ao processo de juvenilização da EJA, é uma questão a considerar. Agradecemos pelas dicas dos autores. Contribuiu de forma assertiva! Um abraço.

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  5. Prezadas autoras, parabéns pelo trabalho e por trazer à tona a temática da Educação de Jovens e Adultos, a partir do perfil dos estudantes do PROEJA. Trabalho este, que nos remete a outras reflexões possíveis, como esses sujeitos são acolhidos nesse espaço de formação? Como os saberes desses sujeitos são reconhecidos? Com quais subjetividades sociais, espaciais, raciais e de gênero eles chegam, e como são reforçadas e/ou desconstruídas nesse espaço? Reitero ainda, a necessidade de refletirmos sobre o questionamento trazido pelo Davi Henrique Rosskopf, no comentário anterior, quanto as dificuldades e/ou resistências para prática da EJA.

    Merilande de Oliveira Soares Eloi

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    1. Prezada Meri,

      Agradecemos pela atenção e por ter gostado do nosso trabalho e muito mais por ter trazido questões de tão grande relevância, suscitando em nós o compromisso de iniciar uma investigação que nos ajude a responder tais questões. De fato, não se pode trabalhar com jovens e adultos da EJA, apenas para atender a um ordenamento legal, desconsiderando que são pessoas, portanto têm sentimentos, desejos, dissabores, desconfianças quanto ao seu futuro, além de sentirem-se "diferentes" e enfrentarem discriminações, exatamente pelas singularidades que trazem. A educação de jovens e adultos, além de ser uma política educacional é também uma política social e visa não somente a garantia do acesso ao conhecimento, mas também a melhoria da qualidade de vida desses sujeitos, a partir da elaboração e reelaboração dos conhecimentos por ele trazidos e para isso, precisamos, de fato saber quem são, no intuito de procurar desenvolver uma educação mais autêntica, voltada ao atendimento das suas necessidades. É nesse sentido que as questões trazidas por você serão de grande valia para as investigações que pretendemos realizar futuramente, junto aos sujeitos da educação de jovens e adultos. Mais uma vez o nosso obrigado pelas sugestões, como também pelo fato de ter retomado uma outra problemática de igual importância e relevância que diz respeito às resistências em trabalhar com a EJA. As respostas aos questionamentos suscitados por você poderão servir como ponto de partida para ajudar a deslindar esse medo e suprimir essas resistências . É o que esperamos

      Um abraço

      Nelian Costa Nascimento e Nívia Barreto dos Anjos
      .

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  6. Parabenizo as autoras pelo trabalho! Conheço essa turma e acompanho as ações dos/das estudantes durante a pandemia a partir do PROEJA EM MOVIMENTO (publicações nas redes sociais do IF Baiano Campus Santa Inês). Excelentes experiências vem sendo partilhadas. Diante disso, gostaria de saber, se possível, como está sendo o diálogo com esses estudantes durante a pandemia? E a assistência estudantil? Outra questão, é importante pontuar que essa turma é composta, visualmente - e em sua maioria, por estudantes negros e negras. Mas, a auto-declaração também foi um questão levantada nos questionários?

    Aila Cristina Costa de Jesus

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  7. Olá Nívia e Nelian, o trabalho que vocês apresentam aqui fundamentam e demonstram a relevância de compreender a educação como direito humano e, que esse direito, não está restrito a poucos sujeitos. Entender os sujeitos da EJA, suas demandas, seus desejos e sua realidade auxiliam na construção de currículos que apresentem sentidos e significados para eles. Por fim, reafirmo o longo caminho que nossa instituição, o IF Baiano, necessita percorrer para garantir atividades, ações e políticas que apoiem aos estudantes da EJA em suas fragilidades e reconheçam suas potencialidades. Parabéns pelo trabalho!

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  8. Olá Neliam e Nívea, fiquei muito contente ao ler o trabalho de vcs, especialmente por vcs terem considerando e renda e a classe desses estudantes. Esses dados aliados a questão de raça e de gênero são fundamentais para a elaboração de políticas públicas educacionais mais efetivas. Parabéns!!!

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