A SEMENTE DA FORMAÇÃO HUMANA INTEGRAL NA RESIDÊNCIA ESTUDANTIL DO IF BAIANO CAMPUS SANTA INÊS

 



Nívia Barreto dos Anjos. IF Baiano Campus Santa Inês. E-mail: nivia.barreto@ifbaiano.edu.br.



  1. 1. INTRODUÇÃO 


Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso. Amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade. (FREIRE, 1988)

  

       A Política de Assistência Estudantil no IF Baiano é desenvolvida com a opção de que justiça social se implante antes da caridade, isto porque ao conduzir a sua  Política de Permanência o IF Baiano procura priorizar as necessidades humanas, elegendo como dimensão central dos seus programas e projetos a formação humana integral.   
O IF Baiano em 2020 teve como slogan do processo seletivo   a frase “venha estudar em uma terra fértil para a Educação Profissional” porque se trata de uma Instituição de Ensino que resiste e insiste em ofertar uma educação socialmente referenciada e uma forte Política de Assistência Estudantil.
Uma das atividades do IF Baiano na busca desta formação é a Política de Assistência Estudantil e a oferta da Residência Estudantil nos seguintes campi: Bom Jesus da Lapa, Catu, Guanambi, Santa Inês e Uruçuca. “A residência estudantil destina-se aos estudantes oriundos de municípios distantes e/ou que tenham dificuldades para o translado diário.” (IF BAIANO, 2019, art 41). 
Especialmente no Campus Santa Inês – lócus do relato-, o estudante residente (sujeito do relato) passa a estudar em uma instituição com professores mestres e doutores e com excelentes aulas práticas e com laboratórios equipados. Além do aparato social, a Instituição oferta uma educação que procura levar o estudante a pensar, realizando uma leitura crítica do mundo. Neste sentido, o IF| Baiano tem contribuído para que a Educação Profissional seja um caminho para a travessia da formação humana integral, apoiando-se nas contradições do sistema capitalista para se manter firme, resistindo aos ataques e insistindo em garantir sua qualidade.
Diante do exposto, este relato de experiência tem como objetivo geral demonstrar que o IF Baiano Campus Santa Inês tem impactado a Comunidade do Vale do Jiquiriçá plantando a semente da formação humana integral nos seus estudantes residentes – estudantes do ensino médio integrado. 



  1. 2. DESENVOLVIMENTO 


Os estudiosos marxianos da Educação Profissional que atuam em uma perspectiva contra hegemônica afirmam que a formação humana integral deve ser disputada, pois apesar da sua plenitude só ocorrer em uma sociedade justa e igualitária, a sua semente pode germinar ainda na sociedade comandada pelo capital, devido as contradições do sistema capitalista.
Moura (2013) ao abordar sobre a travessia para a educação humana integral explica que seu caminho só será possível se for construído por meio de disputas políticas, em meio as contradições do capitalismo. Até porque se vive em um modelo que “considera a desigualdade social como elemento indispensável ao fortalecimento dos mercados, já que é ela que potencializada a competitividade, alimento vital do Mercado” (p. 718).
Harvey (2011) ao se reportar ao mundo capitalista avançado afirma que desnutrição e mortes por fome aumentaram nos países mais pobres, até porque “a desigualdade de classe é central para a reprodução do capitalismo” (p. 187).  Harvey (2016) ainda registra que as práticas capitalistas, como muito teorizou Marx no Livro I de O Capital possuem como resultado por um lado o aumento da produção de riqueza para os capitalistas e por outro o aumento do “empobrecimento, degradação e a perda crescentes da dignidade e poder das classes trabalhadoras (p. 82).
De acordo com Harvey (2016) as contradições do sistema capitalista apresentam a descartabilidade humana como tendência. O autor chega a afirmar que “o capital está fadado a produzir uma estrutura de classe oligárquica e plutocrática cada vez mais vulnerável, sob a qual a massa da população mundial deve se virar para ganhar a vida ou morrer de fome” (p. 93). Mas aí conforme Moura (2013) surgem os movimentos contra hegemônicos, exatamente aqueles que rejeitam essa descartabilidade e optam pela valorização humana.
Sendo assim, o caminho para a travessia para a formação humana integral dentro da Educação Profissional precisa se apoiar nas contradições do sistema capitalista para se manter firme, resistindo aos ataques e insistindo em garantir sua qualidade dentro da pós-modernidade. Mas esta estrada é cheia de curvas e não é nada fácil de ser transitada. Todavia, acredita-se que ela é viável sim, principalmente porque a formação humana integral é um ideal a ser atingido.
Moura (2007) afirma que o caminho da plantação da formação humana integral possui cinco eixos norteadores: 1. A compreensão de que homens e mulheres são seres históricos e por isto capazes de transformer a realidade; 2. O trabalho como princípio educativo que permite a compreensão do significado econômico, social, histórico, político e cultural da existência humana; 3. A pesquisa como princípio educativo que contribui para a construção da autonomia do estudante; 4. A realidade concreta como uma totalidade, síntese de múltiplas relações para que o estudante compreenda o contexto em que está inserido e possa vir a intervir nele, em função dos interesses coletivos; 5. A interdisciplinaridade, contextualização e flexibilidade – baseada na implementação de projetos integradores que visam articular os saberes, desenvolvendo a autonomia intelectual dos estudantes , como também formar atitudes de cidadania, de solidariedade e de responsabilidade social.
Moura (2007), comenta ainda que os sujeitos contemplados com a trilha da formação humana integral devem se apropriar de uma prática pedagógica que os levem a:  a) Conhecer e utilizar as formas contemporâneas de linguagem, com vistas ao exercício da cidadania e à preparação para o trabalho. Incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia; b) Compreender a sociedade, sua gênese e transformação e os múltiplos fatores que nela intervêm;  c) Ler, articular e interpretar símbolos e códigos e diferentes linguagens e representações; d) compreender os fundamentos científicos-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando teoria e prática; e) Adquirir conhecimento e capacidades próprios de cada curso específico.
Verifica-se também que esta prática pedagógica fere os princípios do capitalismo neoliberal e imperialista que querem formar de modo aligeirado impedindo que o estudante consiga fazer uma adequada leitura do mundo. Sendo assim, esta rica pratica pedagógica “em contraste com o ser humano fraturado pela divisão social do trabalho, coloca-se o ser humano total, omnilateral, em todas as capacidades e faculdades. (DELLA FONTE, 2018, p. 14)  
Neste sentido, Manacorda (2017) registra que diante da realidade humana de alienação do homem e da natureza, encontra-se a exigência “da onilateralidade, de um desenvolvimento total, completo, multilateral...” (p. 88). Para o pesquisador das obras de Karl Marx, a omnilateralidade é “a chegada histórica do homem a uma totalidade de capacidades produtivas de consumo e prazeres, em que se deve considerar sobretudo o gozo daqueles bens espirituais, além dos materiais, e dos quais o trabalhador tem estado excluído em consequência da divisão do trabalho” (p. 90). Isto implica que  enquanto o capital procura a descartabilidade humana, a omnilateralidade busca a sua formação humana integral.
O IF Baiano faz parte da Rede de Educação Profissional do Brasil e procura apresentar uma educação de qualidade, dentro da proposta contra hegemônica que disputa pela formação humana integral e que rejeita a perspectiva de descartabilidade humana. Ele faz parte de uma rede que articula trabalho, ciência e cultura e que prima pelo desenvolvimento do pensamento crítico porque sua orientação pedagógica busca plantar na comunidade acadêmica uma leitura crítica do mundo.
O IF  Baiano compactua com  Pacheco, que ao se reportar aos Institutos Federais, registra que a educação necessita aproximar-se de um projeto que almeje a construção de uma nova sociedade fundada na igualdade política, econômica e social: “Essa sociedade em construção exige uma escola ligada ao mundo do trabalho numa perspectiva radicalmente democrática e de justiça social” (2011, p. 8).
Pacheco ainda registra que um dos objetivos básicos dos Institutos Federais é “derrubar as barreiras entre ensino técnico e científico, articulando trabalho, ciência e cultura” (ibid., p.15).  Por isso sua orientação pedagógica deve recusar o conhecimento meramente enciclopédico e buscar uma formação profissional mais abrangente e flexível. O autor ainda destaca que o modelo adotado na Rede IF é inovador, pois apresenta uma proposta diferente “abandonando o hábito de reproduzir modelos externos e ousando inovar a partir de nossas próprias características, experiências e necessidades” (ibid.).
No caso deste relato de experiência, será apresentada a Residência Estudantil do  Campus Santa Inês que procura contribuir para o fortalecimento da Política de Permanência e abriga em média 200 estudantes. De acordo com a Política de Assistência Estudantil do IF Baiano (2019) a Coordenação de Assuntos Estudantis (CAE) gerencia a Assistência Estudantil do Campus e o Núcleo de Apoio Pedagógico e Psicossocial (NAPSI), lotado na CAE, é responsável pelo acompanhamento dos estudantes em seu desenvolvimento acadêmico, a partir das demandas identificadas no cotidiano profissional.
Sousa e Sousa (2009) registram que a casa estudantil faz parte da política de permanência e se insere no contexto das políticas públicas que procuram oferecer possibilidades para que jovens das classes sociais menos favorecidas possam se manter em seus cursos. Elas reúnem estudantes que investem na escolarização como uma forma de encaminhar suas vidas em busca de uma carreira profissional.
Vale ressaltar que todos os estudantes que ingressam na Residência Estudantil do Campus Santa Inês recebem visita domiciliar. Não se trata de uma visita fiscalizatória, mas de um momento de aproximação entre a escola e a família, e de conhecimento da realidade social, das relações familiares e dos conflitos que a perpassam. Realidade esta que reflete a descartabilidade que o sistema capitalista pretende impor sobre a classe trabalhadora.
Os gráficos que serão agora apresentados retratam um pouco do perfil socioeconômico dos 72 estudantes ingressantes em 2020                                             

 

 

Gráfico 1 –Zona de Moradia dos Ingressantes na Residência Estudantil Masculina em 2020  

 

Fonte: Formulário de Inscrição na Residência Estudantil 2020 

  

        Em relação à zona de moradia, verifica-se que 53% dos estudantes ingressantes na Residência Masculina são oriundos da zona urbana e 47% da rural. Este dado é muito interessante, visto que demonstra que a Educação Profissional tem abarcado um elevado número de discentes provenientes do campo.    

 

Gráfico 2– Zona de Moradia das Ingressantes na Residência Estudantil Feminina em 2020  

 

Fonte: Formulário de Inscrição na Residência Estudantil 2020 

 

        Já quanto as estudantes ingressantes na Residência Feminina 58% vivem na zona rural e 42% na zona urbana. Este dado merece destaque porque sugere que as meninas do campo têm procurado um ensino de qualidade.    

 

Gráfico 3 – Tipo de Moradia na Zona Urbana dos Estudantes Residentes Ingressantes em 2020   

  

 Fonte: Formulário de Inscrição na Residência Estudantil 2020 

 

       Quanto aos estudantes que residem na zona urbana, verifica-se que apenas 32% possuem casa própria e simples. Somando casa popular, casa própria em situação precária, casa cedida e casa alugada totaliza 68% dos alunos. Quando se qualifica casa precária significa moradia em difícil situação, sem as adequadas condições para uma família conviver com dignidade.  

               

          Gráfico 4Origem Escolar dos Estudantes Residentes Ingressantes em 2020 

 

Fonte: Formulário de Inscrição na Residência Estudantil 2020 

 

Outro dado relevante é que 93% dos estudantes residentes ingressantes em 2020 são provenientes de escola pública, o que mostra que a Política de Cotas tem impactado o IF Baiano, possibilitando o acesso de alunos da rede pública à Educação Profissional de qualidade.  O IF Baiano faz a opção de 70% de reserva de vagas na modalidade de ingresso para estudantes cotistas.

 

Gráfico 5 - Renda per capita dos Estudantes Residentes Ingressantes em 2020 

 

Fonte: Formulário de Inscrição na Residência Estudantil   

 

Verifica-se com este gráfico que 78% dos estudantes residentes ingressantes possuem renda per capita inferior a 50% do salário mínimo e que sem o acesso à Residência Estudantil estes alunos em situação de vulnerabilidade social não teriam condições de estudar em uma escola de qualidade socialmente referenciada. 

A experiência do Campus Santa Inês precisa ser conhecida e a rede de educacional profissional necessita ser reforçada, pois adolescentes que muitas vezes nem água encanada e energia elétrica possuem em suas casas adentram em um Instituto Federal que oferta educação de qualidade; e que também oferece moradia, alimentação reforçada e saudável, assistência odontológica, auxílios eventuais para óculos e exames médicos, auxílio transporte e lavanderia para estes estudantes. 
Ilustração 1: Foto do estudante Rafael Santos –   
     
Fonte: Arquivos da Comissão Local de Assistência Estudantil 2017 do IF Baiano Campus Santa Inês  

O egresso Rafael Santos é um exemplo de ex residente e ex aluno de Licenciatura em Biologia que reconhece a importância que a Assistência Estudantil teve na sua trajetória acadêmica e profissional. Oriundo da zona rural, hoje Professor, Rafael é um grande incentivador da sua comunidade para que venha estudar no IF Baiano Campus Santa Inês pois ele sabe que o ensino ofertado possui um enorme diferencial e uma leitura crítica do mundo. 


  1. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 


A educação[...] é o problema mais grave do Brasil. É o problema número um do Brasil. Não há dúvida de que passar fome, não ter emprego, não ter moradia são realidades terríveis. Mas, quando se vive em uma sociedade democrática[...] é importante que a educação esteja ao alcance da maioria, daqueles que são os oprimidos, que são os excluídos, os explorados. A educação no Brasil é um problema de inacreditável gravidade. (FERNANDES, 1989. p. 124) 

 

Ao retratar sobre a descartabilidade que o capitalismo pretende impor à classe trabalhadora e ao identificar os dados apresentados nos gráficos que retratam a vulnerabilidade socioeconômica vivenciada pelos estudantes residentes ingressantes em 2020  do Campus Santa Inês do IF Baiano, verifica-se que a instituição de ensino tem sido uma terra fértil para a Educação Profissional.
Além da Assistência Estudantil os estudantes residentes são  contemplados com a trilha da formação humana integral, pois vivenciam uma prática pedagógica que os possibilita enxergar que a educação é o problema mais grave do Brasil, pois deve estar ao alcance de todos. Convém aqui destacar que uma ingressante da zona rural convive em uma casa bem pequena, com nove irmãos inclusive um recém-nascido, sendo o mais velho deficiente mental (19 anos). A mãe trabalha como empregada doméstica o dia inteiro e recebe por mês menos de 40% do Salário Mínimo; o padrasto é trabalhador rural. A estudante tem 15 anos e cuida dos irmãos. Concluiu o ensino fundamental em escola da zona rural e foi uma das primeiras colocadas na prova do processo seletivo.
Os  72 ingressantes na Residência Estudantil do Campus Santa Inês em 2020 terão acesso na sua vida acadêmica a: formas contemporâneas de linguagem; compreensão da sociedade capitalista; leitura, articulação e interpretação de diferentes linguagens e representações; compreensão dos fundamentos científicos-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando teoria e prática. Além disto, receberão 3 refeições de excelente qualidade por dia e todo aparato de profissionais para assisti-los por meio do Núcleo de Assistência Pedagógico e Psicossocial.
Assim como Rafael, eles perceberão que não podem ser alcançados pela descartabilidade imposto pelo capital, e provavelmente passarão a fazer parte dos movimentos contra hegemônicos – os que optam pela valorização humana.
 Pelo curto espaço de tempo neste relato de experiência não foi possível destacar algumas situações vivenciadas pelos estudantes – alguns carregam trajetórias de vida impactantes e desafiantes. Mas depois de cursarem o ensino médio integrado em uma instituição socialmente referenciada estarão preparados com certeza para vencerem o desafio educacional.    

 

 


REFERÊNCIAS 

 

DELLA FONTE, Sandra Soares. Formação no e para o trabalho. Educação Profissional e Tecnológica em Revista. v. 2, n° 2. Vitória: IFES, 2018, p. 6 – 19. Disponível em: http://ojs.ifes.edu.br/index.php/ept/article/view/1221/709 


FERNANDES, Florestan. O Desafio Educacional. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1989.  

FREIRE, Paulo. Vídeo o Educador da Liberdade. 1988. http://acervo.paulofreire.org/xmlui/handle/7891/1932 


HARVEY, David. 17 Contradições e o Fim do Capitalismo. David Harvey; tradução: Rogério Bettoni. 1 ed.  São Paulo: Boitempo, 2016.  


HARVEY, David. O Enigma do Capital: e as crises do Capitalismo.  David Harvey; tradução: João Alexandre Peschanski. 1 ed. São Paulo: Boitempo, 2011.  


IF BAIANO . Política de Assistência Estudantil. 2019. Aprovada pela Resolução nº 1, de 29 de janeiro de 2019. 


MANACORDA, Mário AlighieroMarx e a Pedagogia Moderna. Mario Manacorda; tradução: Newton Ramos de Oliveira. 3 ed. SP: Editora Alínea, 2017. 


MOURA, Dante Henrique. Ensino Médio Integrado: subsunção aos interesses do capital ou travessia para a formação humana integral? In: Educ. Pesqui., São Paulo, v.39, n.3, p. 705-720, jul./set. .2013.

  

MOURA, Dante Henrique.  Educação Básica e Educação Profissional e Tecnológica: dualidade histórica e perspectivas de integração. In: HOLOS. Natal, V2. P -17, 2007. 


   PACHECO, Eliezer. Institutos Federais: uma revolução uma revolução da educação profissional e tecnológica. In: PACHECO, Eliezer (org). Institutos Federais Uma Revolução na Educação Profissional e Tecnológica. Brasília/ São Paulo: Fundação Santillana / Editora Moderna. 2011. 


SOUSA, Livia Mesquita de e SOUSA, Sonia Maria Gomes. Significados e Sentidos das Casas Estudantis e a Dialética Inclusão – Exclusão. In: Psicologia: Ciência e Profissão. 2009, 29(1), 4-7.    

 

 

Comentários

  1. O estudo de caso descrito ilustra muito bem questões relacionadas aos opressores e oprimidos da obra de Paulo Freire. Fiquei interessado em saber quais os cursos são oferecidos para estas turmas, se são de profissões ligadas às atividades rurais ou não. Parabéns pelo relato!

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    1. Bom Dia Vinícius. Tenho até um gráfico referente aos cursos, mas não o coloquei por falta de espaço no relato. Estes estudantes cursam: 1. Técnico em Alimentos: 2. Técnico em Agropecuária; 3. Técnico em Zootecnia. A maioria dos ingressantes tem 14 ou 15 anos. São profissões ligadas as atividades rurais sim. Inclusive muitos deles acabam cursando o Superior em Zootecnia aqui no Campus Santa Inês. Obrigada pela atenção! Nivia Barreto dos Anjos.

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  2. Parabéns Nívia,

    Sua pesquisa apresenta uma temática instigante e muito desafiadora, pois traz imbuído a ideia de pensarmos a Educação Profissional não como uma modalidade assistencialista, em que os filhos da classe trabalhadora permaneçam com suas mãos estendidas, em gestos de súplica, como já nos sinalizou Freire.

    Como docente, sinalizo algumas inquietações: Em seu trabalho, você sinaliza que são 72 estudantes que são atendidos pelo programa Residência Estudantil, no campus de Santa Inês. Fiquei curiosa em saber:
    Esse quantitativo é a capacidade máxima que o campus disponibiliza? Essa quantidade atende a demanda?
    Qual o município de origem desses alunos? São todos do município em que o campus está localizado?
    Quais outras ações são realizadas no campus, no sentido de fomentar uma Educação Profissional numa perspectiva libertadora e libertária?
    Penso que são questões importantes para ampliar a complexidade de sua pesquisa e pensar em outras possibilidades.

    Att,
    Lília Rezende dos Santos.

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    1. Boa Tarde Lilia. Agradeço pelo carinho e observações!
      Em relação a Residência Estudantil do IF Baiano Campus Santa Inês, temos uma média de 200 estudantes. Os 72 da pesquisa foram os ingressantes em 2020. Todos os anos geralmente conseguimos atender aos estudantes que solicitam vaga no Alojamento, porque fazemos visita domiciliar e assim fica mais fácil realizar a seleção de quem realmente precisa. Os estudantes residentes são de vários municípios da Bahia - cidades distantes em média 200 km. De Santa Inês só os que moram na zona rural. O IF Baiano possui uma Política de Assistência Estudantil com 08 programas e estes são aplicados no nosso campus.
      No IF Baiano os profissionais que atuam na Assistência Estudantil executando a Política compactuam com Florestan Fernandes a percepção de que A educação é o problema mais grave do Brasil. Por isso por meio das Comissões Locais de Assistência Estudantil os programas são executados, procurando valorizar as necessidades socais, culturais, políticas, de saúde, pedagógicas e psicológicas dos estudantes e elegendo como dimensão central a formação humana integral.

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