1 INTRODUÇÃO
Este relato de experiência surge
como uma oportunidade de (re)pensarmos a educação escolar das classes populares
e refletirmos sobre a luta dos sujeitos da Educação de Jovens e Adultos (EJA),
principalmente daqueles que estão inseridos em contextos sociais de exclusão e
cerceamento de direitos.
O relato é resultado do Projeto de
Extensão “Letramento Literário na Educação de Jovens e Adultos: aproximações
entre o IF Baiano e a Rede Municipal de Educação de Bom Jesus da Lapa”,
aprovado na Chamada Interna nº 01/2017 pela Pró-Reitora de Extensão do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, constituindo-se
como uma ação formativa atenta às demandas educacionais do território e às
temáticas que perpassam o currículo da Educação Profissional e da Formação de
Jovens e Adultos Trabalhadores.
Por meio das histórias de vida e do
diálogo geracional entre estudantes do IF Baiano - Campus Bom Jesus da Lapa e estudantes da EJA da rede municipal de
ensino buscou-se desenvolver o letramento literário como instrumento de
ampliação de conhecimentos acerca da valorização do Território de Identidade
Velho Chico (TVC), e da construção identitária dos sujeitos desta região.
Partimos do pressuposto de que por
meio dos relatos de memórias dos estudantes da EJA e da valorização das
experiências destes sujeitos, seria possível promover a
construção/ressignificação de saberes “outros”, a compreensão de uma educação
como ato de resistência e o
incentivo ao processo de leitura e escrita.
O que estamos a propor com essa
perspectiva é que as condições de periferização do público da EJA não sejam
tomadas como justificativa para uma formação escolar permeada pela negligência
ou conceituação esvaziada de sentidos, mas, pelas expertises de marcha e de
luta que são características das experiências de vida desses sujeitos.
Freire (1987), Moura (2006), Ribeiro
(2001), afirmam que os contextos dos sujeitos/estudantes subalternizados são
repletos de sentidos e por isso devem ser problematizados na educação.
Os sujeitos da EJA no Território de
Identidade Velho Chico são caracterizados, neste estudo, pelas suas origens,
construções sociais e trabalho tais como, a agricultura familiar, a incidência
de remanescentes quilombolas, a relação com a terra, o protagonismo das
mulheres e a vulnerabilidade social que interfere na permanência escolar. Essas
características não podem ser apartadas dos conceitos da sala de aula. Sendo
assim, os conhecimentos produzidos pelos sujeitos participantes deste estudo
constituíram-se como fundantes para a sustentabilidade do projeto, bem como para
o diálogo construído neste relato de experiência.
2
DESENVOLVIMENTO
A EJA é caracterizada como
modalidade da educação básica, destinada ao atendimento dos sujeitos que não
frequentaram, interromperam ou não concluíram a educação básica. Essa
modalidade é prevista e regulamentada pela Lei de Diretrizes e Bases da
Educação 9394/96, Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação de Jovens e
Adultos, e Parecer CNE/CEB nº 11/2000.
Assim como outras turmas de EJA, os
participantes do projeto são jovens, adultos e idosos que, por vários motivos,
não puderam dar continuidade aos estudos na idade regular. A condição
socioeconômica, as responsabilidades com a família e questões de gênero, são
alguns dos condicionantes que interferiram na trajetória escolar desses
sujeitos.
Para Arroyo (2004) esses sujeitos
possuem além da trajetória escolar descontínua, outros enfrentamentos de cunho
social a serem superados, “[...] eles carregam trajetórias perversas de
exclusão social, vivenciam trajetórias de negação dos direitos mais básicos à
vida, ao afeto, à alimentação, à moradia, ao trabalho e à sobrevivência.”
(ARROYO, 2004, p. 24). Nesse contexto, compreendemos essa modalidade como um
campo político complexo e desafiador.
O projeto foi desenvolvido em uma
Escola Municipal de Bom Jesus da Lapa, localizada em uma região periférica da
cidade, e por se tratar de estudantes trabalhadores, as atividades foram
desenvolvidas no período noturno, em uma turma da etapa final do Ensino
Fundamental. Participaram como equipe executora do projeto, estudantes do Curso
Técnico Integrado em Agricultura, integrantes do Grupo de Teatro Sertão em
Cores e servidores do Núcleo de Apoio ao Processo de Ensino, Aprendizagem,
Permanência e Êxito do Educando (NUAPE), do IF Baiano – Campus Bom Jesus da Lapa.
Para a realização deste trabalho,
utilizou-se a abordagem qualitativa, através do método pesquisa-ação. Conforme
Thiollent (2011, p.08), “o método é o caminho prático da investigação, a
metodologia, por sua vez, está relacionada com epistemologia e consiste na
discussão dos métodos”. A pesquisa-ação possibilita a utilização de técnicas
antropológicas como: observação participante, diários de campo, histórias de
vida, dentre outras (THIOLLENT, 2011). Nessa perspectiva, todos os sujeitos
estiveram envolvidos de modo cooperativo e participativo.
Como estratégias didáticas e metodológicas
foram realizados ciclos de oficinas, no período de julho a dezembro de 2017, na
escola municipal e no IF Baiano- Campus
Bom Jesus da Lapa, possibilitando aos participantes o conhecimento e interação
nesses diferentes espaços de formação do TVC.
Considerando as premissas da
pesquisa-ação, as oficinas foram desenvolvidas da seguinte forma: I-
Diagnóstico da realidade (encontro com gestores e estudantes); II- Roda de
conversa, com o tema: “O que é ser aluno da EJA?”; III- Oficinas de leitura e
produção textual (Memórias Literárias); IV- Avaliação coletiva e V- Elaboração
do documentário “Memórias Coletivas dos Sujeitos da EJA”.
As produções orais ou escritas
extrapolam o significado do próprio texto literário, relacionando-o com outros
contextos, épocas e condições sociais. Essa compreensão dialoga com o que
Freire (2005) nomeia de “palavramundo”, ou seja, a leitura da palavra precede a
leitura de mundo, a partir da experiência individual e coletiva, da cultura, e
da própria história do sujeito.
No Brasil, a discussão em torno da
ideia de letramento ganhou espaço no meio acadêmico ao longo da década de 90,
com Magda Soares (1999), Ângela Kleiman (2008), e mais recentemente Roxane Rojo
(2012), Leda Tfouni (2010), dentre outros(as), que apontam para o letramento
como prática social, associado à vida, à interação entre as pessoas e aos
vários domínios da vida contemporânea, sendo suas práticas constituídas de
identidades, valores e crenças.
Ao narrar e ler suas histórias de um
modo poético e literário, o estudante tem a possibilidade de reviver a
realidade e desdobrar-se como autor e narrador-personagem de seu texto; “[...]
a narração de tais histórias, do interior delas próprias, fornece razões para
trazê-las para o grupo de colegas que, partícipes do trabalho, compartilham
descobertas, diferenças e semelhanças [...]” (GERALDI, 1995 p. 163).
A reafirmação identitária do local
de origem, as relações com o mundo do trabalho, a representação da mulher,
entre outros fatores, subsidiaram as propostas temáticas do letramento
literário, pois estão intrinsecamente relacionados com as experiências dos
estudantes da EJA e com a diversidade cultural e social desses sujeitos.
A partir das produções literárias,
dos diálogos nas rodas de conversa, construímos um documentário, no qual
destacamos algumas falas/avaliações dos estudantes da EJA, e das estudantes do
IF Baiano que participaram da execução do projeto.
Cientes da responsabilidade ética
que envolve essa proposta, os nomes dos participantes foram identificados por
nomes representativos da flora brasileira, especialmente da região nordeste.
Para melhor compreensão, elaboramos a tabela a seguir:
Tabela 01 – Relação de Participantes
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2019.
A turma era composta por 13 (treze)
estudantes, porém, somente 8 (oito) participaram da produção do documentário,
os quais foram caracterizados na tabela acima. A partir das falas dos participantes, foi
possível verificar que os estudantes atribuíram novos sentidos ao projeto.
Os diálogos iniciais com a turma
versaram sobre o seguinte questionamento: “O que é ser estudante da EJA”? Umbuzeiro
foi o primeiro estudante a se manifestar. Para ele “Ser aluno do (sic) EJA é assim uma coisa muito boa porque ensinou
muitas coisas pra gente, enxergar coisa que a gente não enxergava, hoje enxergo
várias coisas que eu não conhecia […] isso é uma maravilha!”. A partir da
fala desse estudante é possível perceber que a EJA representa um espaço
privilegiado de construção de saberes e despertar de consciência.
Em relação aos impedimentos para
continuação dos estudos em idade regular, Quixabeira – uma estudante de
26 anos – interrompeu o silêncio: “Teve um tempo que eu parei o estudo por
causa que eu engravidei, aí tive o meu filho, não voltei mais estudar, aí
quando foi agora, resolvi estudar por vontade própria”. Xique-Xique, uma estudante de 20 anos, completou a fala da
colega anterior: “Meu caso foi quase igual.
Eu casei quando tinha uns 15 anos e não deu pra estudar porque o marido pegou
muito no meu pé. Aí já viu, né?”
No contexto da EJA, as questões de
gênero geralmente são evidenciadas como impeditivos das mulheres frequentarem a
escola. Os depoimentos das estudantes traduzem as relações de patriarcado que
permeiam a sociedade, mesmo estando no século XXI, as quais ainda promovem oportunidades
desiguais entre homens e mulheres no que tange ao acesso à educação. Para Valle
(2010): “[..] as mulheres são historicamente excluídas da escola não só pela
necessidade de trabalhar, [...] ou ainda pelo insucesso na escola, mas também
por razões culturais referenciadas nas relações de gênero: “mulher não precisa
estudar” (VALLE, 2010, p.36).
Nos relatos das estudantes, os
processos de escolarização foram marcados por descontinuidade, por conta da
criação dos filhos, por questão de trabalho ou porque os cônjuges não as
permitiam frequentar a escola.
As condições da mulher-estudante, a
violência doméstica (física e/ou psicológica), o feminicídio, são temáticas
necessárias e, articuladas com outros conceitos estritamente pedagógicos, podem
ensejar ações que contribuam para a discussão e redução da desigualdade de
gênero.
Em relação à participação no projeto,
foi possível notar satisfação dos (as) estudantes. Na fala de Angico “Foi muito importante a gente participar do
programa, a gente gostou, aprendeu muito, [...] a gente sente previlegiado
(sic), a gente ganhou muito com isso, e é uma coisa que a gente vai levar pra
toda vida, o que a gente aprendeu né, é uma coisa que ninguém tira da gente
[...]”. Nesse relato, a estudante apresenta o sentido da aprendizagem como
algo que se leva para toda a vida e que é intrínseco ao sujeito. Nesse sentido,
ao propor um processo de letramento contextualizado, a aprendizagem escolar
torna-se significativa. Ou seja, “quanto mais se problematizam os educandos,
como seres no mundo e com o mundo, tanto mais se sentirão desafiados [...] a
compreensão resultante tende a tornar-se crescentemente crítica, por isto, cada
vez mais desalienada.” (FREIRE, 1987, p. 70).
Nesse estudo, interessa-nos destacar
a Educação de Jovens e Adultos como um campo de resistência, e a sala de aula
como local de debate. A descolonização da EJA nos ajuda a compreender o
processo educacional, oportunizando a esses estudantes experiências
significativas de aprendizagem, ao problematizar o sentido de ser no mundo e
estar com o mundo. Quando problematizamos concepções de mundo do trabalho,
contribuímos para que o (a) estudante da EJA reaviva a confiança e crie
possibilidades para ir mais além.
Quipá,
bolsista do projeto e estudante do IF Baiano, afirmou que: “A gente encontrou público de praticamente
todas as idades, nós tínhamos o aluno mais velho, [...], que ele era um ex-alcoólatra,
trabalhou de guarda num colégio da região há muito tempo, e tínhamos também
alunos adolescentes que precisavam trabalhar durante o dia pra se manter ou
manter a família e só tinha o tempo disponível à noite. Então a gente achou isso interessante porque
se você for parar pra observar antigamente o público da EJA era destinado só
aos adultos e aos idosos porque eles não tinham tido a oportunidade de estudar
quando mais novos. E hoje a gente pode observar que as coisas mudaram na
questão da faixa etária do público”. Sobre essa mesma questão Macambira, a outra bolsista do projeto,
revela que “a gente pensou que ia
encontrar apenas pessoas mais velhas né, adultos, e encontrar jovens numa da
sala da EJA foi uma surpresa pra gente."
Com base nesses depoimentos, podemos inferir
que nos últimos anos, o perfil etário da EJA vem mudando. Isto implica dizer
que cada vez mais, pessoas com idades próximas de dezoito anos estão tendo uma
predominância crescente nessa modalidade. “A forte presença de jovens [...] se
deve, em grande parte, a problemas de não-permanência e insucesso no ensino
“regular” (RODRIGUES, 2010, p. 100).
Em outros termos, o que estamos a
dizer é que uma modalidade de ensino como a EJA, que em sua concepção possui
uma natureza reparativa, vivencia a fragilidade das políticas que tratam da
permanência e êxito, visto que os estudantes “excluídos” do ensino regular
recorrem a essa modalidade.
Mandacaru destacou o seu contentamento em participar da proposta do projeto, “na verdade foi muito bom a gente ir lá a gente não conhecia o IF
Baiano, a gente foi e conheceu, gostamos bastante”. A bolsista Quipá, finaliza este momento dizendo que
“Nós gostamos muito de ter participado
desse projeto, (a gente) nós nos deparamos com uma realidade que não era a
nossa e meio que encontramos dificuldades que da mesma forma que eles
aprenderam com a gente [...] a gente também aprendeu muito com eles...”
Um dos aspectos que caracteriza o IF
Baiano é a atividade extensionista que ocorre por meio da troca de experiências
com a comunidade, na socialização de saberes produzidos, dentre outros. O projeto proporcionou o diálogo geracional e
a aproximação entre instituições de ensino do Território. Nesse sentido, as
temáticas trabalhadas no projeto, como as memórias, experiências de vida,
desigualdades de gênero, dentre outros marcadores, são traços desses sujeitos e
caracterizam os seus modos de entender o mundo.
Umbuzeiro relata que “a gente
fez várias amizades entre vocês, então, isso é bom, a gente quer participar
mais e mais junto com vocês pra poder desenvolver um pouco mais a escrita [...]”.
Nesta dialogia de sentidos, Mandacaru destaca
que “[...] a educação [...] é o caminho
certo [...] porque sem estudo ninguém vai pra canto nenhum né, é o futuro né,
alí é a aprendizagem, [...] é o caminho certo”, finaliza Mandacaru.
A dialogia que nos orientou nas discussões, no
desenvolvimento das oficinas, na construção do documentário e ainda na produção
deste texto, nos auxilia a compreender o que Boaventura de Sousa Santos chama
de ecologia de saberes: “ [...] um conjunto de epistemologias que partem da
possibilidade da diversidade e da globalização contra-hegemônica e pretendem
contribuir para as credibilizar e fortalecer.” (SANTOS, 2006, p.154).
Para o autor, a ecologia dos saberes
consiste em perceber os sujeitos-estudantes não como seres de conhecimentos
apartados e sim, como epistemologias que se complementam e se reajustam
produzindo uma nova tradução de vida, de mundo e de grupo.
Nessa perspectiva, o sujeito da EJA
enquanto subalternizado não é mais aquele que apenas se ajusta aos moldes
sociais; ele questiona, infere e propõe formas contra-hegemônicas de relação
social.
3
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A crença na educação como movimento
libertador, a memória e a história oral como elementos científicos, a interação
e escuta como perspectiva de levante contra-hegemônico são alguns dos aspectos
que subsidiaram o projeto aqui relatado.
Condições sociais desiguais, saberes
não formais, patriarcado, resistências femininas, superação, entre outros
debates trazidos pelas memórias literárias dos sujeitos participantes
substanciaram aspectos a serem tratados no contexto da Educação de Jovens e
Adultos.
A singeleza e força trazidas por
seus depoimentos caracterizam o público a que se destina essa modalidade de
ensino e ao mesmo tempo, nos causa desconforto e tensão.
Por meio deste projeto percebemos
como as vidas destes sujeitos são entrecortadas por uma série de negação e
subalternização. De igual modo, nos dão elementos incontestáveis de que mesmo
em condições de desigualdade, eles avançam, sonham, e empreendem levantes a
todo momento.
Isso se explica, tendo em vista que
a EJA é, em sua essência, o resultado de tensões provocadas pelas lutas
promovidas pelas populações que historicamente foram negligenciadas quanto ao
seu direito, não só à educação, mas também, outros direitos sociais básicos,
como moradia, saúde, trabalho, dentre outros.
No contexto da Educação Profissional
e Tecnológica, podemos assegurar a partir da pesquisa realizada que a relação
educação - mundo do trabalho precisa se atentar à perspectiva intercultural
crítica e emancipatória, atenta aos movimentos sociais e aos agentes coletivos.
REFERÊNCIAS
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Dário Oficial da União 10 de maio de 2000.
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T. M. M. A prática pedagógica dos alfabetizadores de jovens e adultos:
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http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/BUOS8SKQDF/a_leitura
_literaria_de_mulheres_na_eja.pdf?sequence=1. Acesso: 14 mar. 2019
Projeto de muita valia, no tocante ao ensino aprendizagem na Eja.
ResponderExcluirAgradecemos pela devolutiva. Com responsabilidade, engajamento e amor pela EJA é possível desenvolver propostas efetivas de aprendizagem. Nossa experiência foi construída no respeito e diálogo com as histórias de vida dos estudantes da EJA. Entendemos que as vidas destes sujeitos são entrecortadas por uma série de negação e subalternização, mas, em contrapartida, mesmo em condições de desigualdade, eles avançam, sonham, e empreendem levantes a todo momento. E, principalmente, nos ensinam muito sobre ser e estar no/com o mundo.
ExcluirRelato de Experiência muito Edificante! Achei muito interessante o nomes dos atores sociais. Parabéns!
ResponderExcluirNivia, obrigada pela oportunidade de diálogo. Realmente é uma experiência edificante. Nossa proposta é pensar para além do espaço acadêmico. A experiência com a EJA nos convoca à defesa de uma educação libertadora, assim como nos motiva Paulo Freire.
ExcluirParabenizo as outras pela experiência relatada. O projeto foi de uma riqueza singular, ao proporcionar o diálogo em várias direções: comunidade interna e externa, diálogo geracional, as marcas da desigualdade, pôr em evidência as diversas realidades, saberes, vivências, histórias e experiências dos sujeitos da EJA. Enfim, um trabalho que impulsiona a termos um movimento de olhar/escuta sensível e ação frente às realidades da Educação de Jovens e Adultos numa perspectiva de educação para emancipação.
ResponderExcluirCorreção comentário anterior: Parabenizo as autoras ...
ExcluirMerilande Eloi obrigada pela apreciação do trabalho. Suas palavras traduzem nossos sentimentos e movências no campo da EJA. A escuta sensível é algo que deve está presente em nossas ações/pesquisas, especialmente por se tratar de vidas, de realidades marcadas pela desigualdade, por uma série de negação e subalternização, mas, ao mesmo tempo, realidades que nos apresentam histórias de vida, de luta, sonhos e esperança de uma sociedade justa e de uma educação que se faça realmente transformadora.
ExcluirMerilande Eloi, boa tarde. Sinto-me honrada por sua apreciação e cuidado com o nosso texto. Sua sensibilidade leitora nos orienta para novas experiências em uma perspectiva anticolonial, emancipatória e contra-hegemônica.
ExcluirAo ler o relato de experiência, nota-se a grande relevância do projeto aplicado tendo como sujeito os alunos da EJA, público muitas vezes esquecido e excluído pelo poder público. Trazer para o cerne do debate assuntos como vulnerabilidade social, violência doméstica, feminicídio, gênero, negação de direitos, entre outros, nos faz refletir sobre o papel que nós, educadores, desempenhamos dentro de uma sociedade que deixa ainda a margem a Educação de Jovens e Adultos com propostas desconectadas da realidade. Trazer esses sujeitos para o ambiente escolar e colocá-los na condição de protagonista, faz toda a diferença.
ResponderExcluirJumara Carla obrigada pela apreciação do relato. Realmente ainda se observa um descaso com o público da EJA, seja na forma como a modalidade é ofertada, seja nas práticas pedagógicas. Como educadores precisamos estar atentos ao contexto social e educacional da EJA, bem como às suas demandas específicas. Assumir o compromisso ético, criar mecanismos humanizantes, amorosos para a acolhida desses estudantes. Precisamos entender que projeto queremos construir com os sujeitos da EJA.
ExcluirO presente relato comunga com a proposta Freireana sobre a importância do ato de ler, apresentado a leitura como forma de resgate das memorias e da historia de vida dos estudantes do EJA. O relato dos estudantes demonstram o quão desigual é a nossa sociedade, e como as politicas públicas para esta camada da população estão distantes de reparar os anos de exclusão. Por isso, como dito a educação de jovens e adultos deve ser de fato um campo de resistência aberto ao diálogo entre os diversos saberes.
ResponderExcluirRosimere Silva Santos Lima
Rosimeire, agradecemos pela sua avaliação. A Educação de Jovens e Adultos só é possível se for tecida pela concepção político-social e educacional de Freire. Como dito no relato, a EJA é, em sua essência, o resultado de tensões provocadas pelas lutas promovidas pelas populações que historicamente foram negligenciadas quanto ao seu direito, não só à educação, mas também a outros direitos sociais básicos. Apesar dessa situação de negligenciamento, a EJA continua em marcha, porque como você ponderou, ela é um campo de resistência.
ExcluirParabéns pelo trabalho. Gostaria de saber como a escola envolvida avaliou essa ação e se ela propôs alguma outra atividade visando a continuidade da parceria.
ResponderExcluirAgradecemos pela avaliação e pela colocação. A escola, representada aqui na figura da coordenadora da EJA e Direção do noturno, participou de alguns momentos do projeto. No último encontro houve um momento de avaliação coletiva das atividades desenvolvidas e, na oportunidade, a escola evidenciou a sua gratidão pelo desenvolvimento do projeto e pela parceria/diálogo do IF Baiano com o Centro Educacional e, em especial, com os estudantes da EJA. Relataram que dificilmente essa modalidade é contemplada em projetos dessa natureza. A escola colocou-se aberta para futuras parcerias/projetos.
ExcluirOlá, Janine, Valdinéia e Grace, parabenizo pelo trabalho, muito importante no campo da EJA no que diz respeito a ouvir os estudantes e estar, conhecer a escola como espaço de ressignificação de saberes para eles. No texto há a indicação da construção de um documentário. Esse documentário está disponível? Outra questão que me deixou curiosa foi sobre os estudantes que participaram do projeto, foram 8 de 13 estudantes na turma e em sua maioria mulheres, como se deu essa seleção, houve algum critério ou foi por adesão?
ResponderExcluirMaria Fernanda dos Santos Alencar
Bom dia, Maria Fernanda!!! Agradeço imensamente suas congratulações. Sentimo-nos honradas com seu reconhecimento. Com relação ao documentário, ele está pronto e consta no banco de dados da Coordenação de extensão do campus Bom Jesus da Lapa, onde a pesquisa foi realizada.
ResponderExcluirNo que tange a participação dos sujeitos envolvidos, a pesquisa foi destinada à turma toda, entretanto, o quantitativo de oito, foi por adesão.